Meu coração - João Caetano

sábado, 30 de junho de 2007

Cotidianamente

Manhã

Ainda madrugada

Mais um bocejo

Os olhos pesam

Quase os fecho

Não sei se levanto

Ou deito outra vez

A tentação de voltar pra cama

É tão forte quanto o sono

Que teima em brincar como os meus olhos

Travo uma batalha

Vence o sono

O despertador me chama

Fecho os ouvidos

E me espreguiço!

A água gelada do chuveiro

Penetra-me os poros

E os pensamentos ainda adormecidos.

O estágio de letargia

Cede lugar à euforia

Repito movimento mecânicos

Do quarto à cozinha

Água

Café

Açúcar...

Quarto.

Tiro a toalha

Roupa

Fogão

Sapato...

A chaleira

O apito

Desperto enfim!

Volto à cozinha

O tempo agora é o meu maior inimigo

Quero parar os ponteiros

Ou mesmo atrasá-los

Ainda assim...

Um momento para sonhar!

Um mergulho na xícara de café

Preto

Forte

Meio amargo.

Me perco em devaneios...

Mais uma vez o despertador!

Volto ao real

Escova

Batom

Perfume

Bolsa...

Abro a porta e saio

Instaura-se o caos

Caótico

O trânsito

O cheiro

A buzina

O suor

O escritório

O riso

O líro

As lágrimas

O disco

O encontro

O drink

O beijo

O desejo

O adeus

A volta

A vida

A igualdade

Do sono

Do sonho

Da noite

E do novo dia que começa!...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Ah! Se eu pudesse!

Ah! Se eu pudesse
ultrapassar o tempo
ser o teu momento
e me fazer presente.
Não ser a saudade
presa ao passado,
ser o teu futuro
e chegar antecipado.

Ah! Se eu pudesse
fazer minha morada
no teu pensamento.
Ser tua palavra
dita em voz suave,
queria ser teu eco
embora sonolento.

Ver t'alma transparente
nas lentes da emoção
aproximada em zoom
da máquina fotográfica
pela minha mão.

Ser o cobertor
pra te agasalhar
em nuvens de cetim
com cheiro de alecrim.
queria ser tua chama
vermelha, crepitante
fagulha na lareira
paixão que incendeia.

Queria ser tua dama
musa e companheira
ser a melodia
acorde dedilhado
no teu violino.

Teus dedos no meu corpo
compondo uma canção,
você o meu Picasso
e eu seria o quadro
pintado em pinceladas
de pura emoção.

Entrar em tua casa
como suave brisa
soprar no teu ouvido
a canção do meu exílio.

Te aquecer do frio
tua mão na minha mão
E te cobrir com o manto
da minha paixão.

Fáatima Mota

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Destino

Para onde me levam esses vagões
que rodam sobre trilhos enferujados
em paralelas que somem no infinito?
Para onde me leva essa saudade dos tempo idos
que como os trilhos
passam velozmente
em vídeo-tape
televisionando momentos vividos
dos quais,
muitos, pensei ter esquecido?

Para onde me leva esse futuro
que tão veloz
já se tornou presente
e tão efêmero
tornou-se obscuro?

Quem sabe
em algum lugar
encontrarei respostas
e no futuro me farei perguntas
que saciem esta incógnita infinda?

Ou..
Como os vagões
apenas chegam a próxima estação
E não ao fim?

Fátima Mota

domingo, 3 de junho de 2007

Senhora

Não te quero pura
quero-te nua
devassa
alma lavada
sonhos transparentes.

Não te quero presa
quero ver-te livre
asas indomadas
rumo ao firmamnento.

Não te quero verde
quero-te madura
fruta saborosa
pronto a me amar.

Quero-te nua
livre
solta
independente
cheia de encantos
viva no entanto
para me abraçar.

Fátima Mota

sábado, 2 de junho de 2007

Bem-te-vi

Manhã não tarda a chegar
Bem-te-vi já vem cantar
Na janela do meu quarto
Bem-te-vi vem me acordar.

Beijo a brisa, bebo o orvalho
Bem-te-vi a me saudar
Canta, canta bem-te-vi
Hoje eu quero me alegrar.

Minha alma também canta
Em coral a acompanhar
Sinfonia incompleta
Porque já queres voar.

Voas logo bem-te-vi
Bate asas além mar
Te ofereço pouso certo
Amanhã podes voltar.
Fátima Mota
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Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.