O que penso, o que às vezes sou ou... apenas divagações.Transito entre a pintura e a poesia e aqui exponho minhas idéias ao deleite ou à crítica de alguém. "Por vezes à noite há um rosto / Que nos olha do fundo de um espelho / E a arte deve ser como esse espelho / Que nos mostra o nosso próprio rosto ". Jorge Luis Borges
Meu coração - João Caetano
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Para sempre
Longe é uma palavra que não existe
bem disse o poeta.
Quero-te perto
para mordiscar-te a orelha e fazer cafuné.
E quando o plano físico nos separa
invento-te a meu bel-prazer
sem segredos ou mistérios.
Sempre é uma palavra que me deixa inquieta
pois que de amor bem sei
o infinito dura apenas o tempo do que é lei
e o eterno é fragmento
do mais belo segundo
em que nos amamos.
sábado, 12 de março de 2011
Brincos de lua
Sem sustos, sem pretensões
Com brincos de lua
Brinca a menina.
Sem receio
Acorda manhãs e espera
O dia entrar pela janela
Numa tentativa vã
De se tornar temporã.
Seu corpo, ainda começos
Recato de sendas e cismas
Acosta-se na incerteza.
De tecer fantasias brinca a menina
Desalinha a lógica
E esquece que é hora...
Segue a colher estrelas e contar faróis.
De crescer brinca a menina
E, desatenta trama sua arte_ofício:
Caçoar do verbo amar
Antes que se torne vício.
FATIMA MOTA
Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2011
Código do texto: T2756618
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
INTEIRA
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
Tessituras
Nada de novo afoita ou se revela
Nenhuma sandice ousa ou desatina
Sem sinais, sem plurais e sem viés
Atrito o meu querer com esta sina.
Destrato a poesia no enfastiado dia
Pois do sentir quimera, eu não desisto
Deixo escorrer da tristeza analgesia
E o medo refugia-se nas entrelinhas.
Na concretude do vazio tento
Colher as flores na solidão do peito
Retorno ao céu, conto estrelas, canto ao vento
Forjo alegria e faço tramas do meu jeito.
Fatima Mota
16/01/2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Memórias
fui fada e fui madrinha
tantos amores guardei
na ciranda, cirandinha.
Fátima Mota
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Meu coração primaverou
Sob meus pés há um tapete de flores
traçando caminho entre hortênsias azuis
margaridas e belos girassóis.
O sentimento retira as vestes dos pudores
desarroxeia e joga fora tudo que polui.
A saudade é uma aurora e abriga novos sóis.
A vida habita-me e polvorosa é minha cidadela
há pedregulhos e rios caudalosos, há flores no asfalto
paredes cobertas de heras. Há o outro lado da moeda.
O meu desejo por ti, esperança
e ao te avistar, este incauto coração, primavera.
Sossegam enfim... todas as esperas.
Deixa
O teu olhar assombrado de felicidade
aliciar-me até a raiz dos cabelos.
Deixa o teu abraço apertado
acolher-me até que o dia amanheça.
Deixa que a tua língua assanhada
deslize pela minha orelha.
Deixa que o teu coração bata na minha cadência
de samba enredo_canção.
Deixa que a tua mão trace mapas
pelo meu corpo_trilha
até que desvende segredos
lição de anatomia.
Deixa que o tempo cubra de neve
os teus cabelos
e que os nossos pés se enrosquem
nos travesseiros
Deixa que eu te perfume
absinto
e que esbarre as mãos no teu peito.
Deixa que eu seja hóspede das tuas vontades
e teus desejos se instalem
sem malas e sem adeus na bagagem.
Deixa que eu te colha madrugada
para que me recolhas enluarada.
Deixe que eu desalente meus medos
e guarde teus fiéis segredos.
Deixa que eu te deixe
assim... assim...
perto de mim
para todo o sempre.
Enquanto te amar
for para sempre
eterna_idade.
Fatima Mota
Mas há a vida
Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.