Meu coração - João Caetano

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Para sempre

Para sempre



Longe é uma palavra que não existe
bem disse o poeta.
Quero-te perto
para mordiscar-te a orelha e fazer cafuné.

E quando o plano físico nos separa
invento-te a meu bel-prazer
sem segredos ou mistérios.

Sempre é uma palavra que me deixa inquieta
pois que de amor bem sei
o infinito dura apenas o tempo do que é lei
e o eterno é fragmento
do mais belo segundo
em que nos amamos.

sábado, 12 de março de 2011

Brincos de lua

Brinca de boneca a menina
Sem sustos, sem pretensões
Com brincos de lua
Brinca a menina.

Sem receio
Acorda manhãs e espera
O dia entrar pela janela
Numa tentativa vã
De se tornar temporã.


Seu corpo, ainda começos
Recato de sendas e cismas
Acosta-se na incerteza.

De tecer fantasias brinca a menina
Desalinha a lógica
E esquece que é hora...
Segue a colher estrelas e contar faróis.


De crescer brinca a menina
E, desatenta trama sua arte_ofício:
Caçoar do verbo amar
Antes que se torne vício.

FATIMA MOTA
Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2011
Código do texto: T2756618

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sem trocadilhos

Entre o ponteiro e o tempo
a ilusão
passa_tempo.

FMott@

INTEIRA





De letargos ando enfastiada

Quero real figura

Sem amor abstrato

Ou traços difusos.



Minh’alma cobiça andar sem sapatilhas de pontas

E anseia desprender os muros

Soltar as teias de aranha.



Preciso namorar as palavras

Olho no olho

Com toda sua magia e tolices.



Não quero ser estatística

Nem números ímpares

Não quero ser lista

Ou complementos.



Da matemática

Só a multiplicação

De estrelas no céu

E das verdades in_sensatas.



Fátima Mota



domingo, 16 de janeiro de 2011

Tessituras

Nada de novo afoita ou se revela

Nenhuma sandice ousa ou desatina

Sem sinais, sem plurais e sem viés

Atrito o meu querer com esta sina.


Destrato a poesia no enfastiado dia

Pois do sentir quimera, eu não desisto

Deixo escorrer da tristeza analgesia

E o medo refugia-se nas entrelinhas.


Na concretude do vazio tento

Colher as flores na solidão do peito

Retorno ao céu, conto estrelas, canto ao vento

Forjo alegria e faço tramas do meu jeito.


Fatima Mota

16/01/2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Memórias

Na linha do tempo andei
fui fada e fui madrinha
tantos amores guardei
na ciranda, cirandinha.

Fátima Mota

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Meu coração primaverou


Sob meus pés há um tapete de flores
traçando caminho entre hortênsias azuis
margaridas e belos girassóis.

O sentimento retira as vestes dos pudores
desarroxeia e joga fora tudo que polui.
A saudade é uma aurora e abriga novos sóis.

A vida habita-me e polvorosa é minha cidadela
há pedregulhos e rios caudalosos, há flores no asfalto
paredes cobertas de heras. Há o outro lado da moeda.

O meu desejo por ti, esperança
e ao te avistar, este incauto coração, primavera.
Sossegam enfim... todas as esperas.

Deixa



O teu olhar assombrado de felicidade
aliciar-me até a raiz dos cabelos.

Deixa o teu abraço apertado
acolher-me até que o dia amanheça.

Deixa que a tua língua assanhada
deslize pela minha orelha.

Deixa que o teu coração bata na minha cadência
de samba enredo_canção.

Deixa que a tua mão trace mapas
pelo meu corpo_trilha
até que desvende segredos
lição de anatomia.


Deixa que o tempo cubra de neve
os teus cabelos
e que os nossos pés se enrosquem
nos travesseiros

Deixa que eu te perfume
absinto
e que esbarre as mãos no teu peito.

Deixa que eu seja hóspede das tuas vontades
e teus desejos se instalem
sem malas e sem adeus na bagagem.

Deixa que eu te colha madrugada
para que me recolhas enluarada.

Deixe que eu desalente meus medos
e guarde teus fiéis segredos.

Deixa que eu te deixe
assim... assim...
perto de mim
para todo o sempre.

Enquanto te amar
for para sempre
eterna_idade.

Fatima Mota
Tranço meus fios e assim, com rendas e bilros terço oração de contas rosário.
Fátima Mota

Espaços


Há um silêncio
entre meu olhar
e tua palavra.

FMota

Poesia

Poesia


Estrelas dormem
enquanto a lua
namora a rua deserta.

FATIMA MOTA
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Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.