Meu coração - João Caetano

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

MÁSCARA NEGRA

M ais um carnaval sem você, lembrando
A quele carnaval que um pierrô se apaixonou poar uma linda mascarada
S ua máscara ainda encontra-se guardada no meu
C oração e no armário, máscara negra com paetês brilhantes
A mesma deixada no chão do salão , olhando-me ,
R indo de mim, dessa saudade insistente
A quele sorriso que ficou congelado em minha mente

N o momento em que atrás da máscara, seus olhos
E spreitaram-me deixando-me zonzo
G otas de suor escorreram da minha testa
R edenção e amor por ti deixei naquele carnaval
A té agora não encontrei outra colombina que merecesse esta máscara .

domingo, 3 de fevereiro de 2008

QUANDO O CARNAVAL CHEGAR



Quando o carnaval chegar
eu vou driblar a tristeza
eu vou viver incertezas
eu vou pular de alegria
posso virar a mesa
dançar, cantar ou chorar
mas vou viver a folia
quando o carnaval chegar.

UM SONHO CHAMADO CARNAVAL


Era sozinho no mundo, pelo menos nesse mundo de Deus chamado São Paulo. Não tinha parentes, não tinha ninguém a quem pudesse estar ligado pelos laços de sangue. Sua família ficara no interior do Nordeste juntamente com seu pai, esse certamente só o pó. Seu pai morrera quando ainda era um menino, quase não lembrava e não tinha uma fotografia que pudesse olhar e buscar algum traço físico que o ligasse a Seu João (era esse o nome do pai) que morrera quando ainda era um menino e que o tempo havia se encarregado de apagá-lo da sua lembrança. Não apagar o carinho, pois mesmo sendo uma pessoa sem estudo, o velho tinha muito cuidado com o único filho e com a mulher. Dizia: _ esse menino ainda vai ser alguém na vida! E o levava aonde ia tratando de apresentá-lo como se fosse a pessoa mais importante do mundo. E era, pelo menos pra ele. Mas seu pai morrera, mal completara 9 anos, José Antonio quase não acreditou com chegou a notícia. Maldita cobra venenosa, maldito lugar sem médico e sem recursos para curá-lo. Cresceu sem o apoio daquele que mais amava. Sua mãe durou um pouco mais. Mulher simples, sem estudo e que sempre trabalhou nas casas de família lavando roupa para sustentar a ambos. Lembrava que pelos idos de 60 tinham tomado o rumo da capital, não a capital do estado, mas a cidade grande, o sonho do nordestino , dele, da mãe e de tantos outros melhorar de vida. Não era nenhum retirante, mas tinha conhecido o pau-de-arara. Foram dias e noites a viajar na carroceria do caminhão aos solavancos, pois muitos trechos da estrada ainda não tinham asfalto. Comendo broa, carne seca e dormindo em pousadas apertadas e sob a lona já gasta iluminado pelas frechas que filtravam a luz do luar. Os adultos, alguns solteiros outros acompanhados dos seus rebentos rumo a uma nova vida na grande cidade de São Paulo. Da cidade grande Zezinho, apelido carinhoso dado pelo pai, não conhecida nada. Só de ouvir falar. Ouvia as histórias contadas por seu João cujo filho já morava lá há mais de dez anos. Ouvia e se encantava com os letreiros grandes, com a gente bonita, com as avenidas, os carros, o bom emprego, o dinheiro e as roupas que mandava . Até uma vitrola com aqueles discos enormes que ele exibia com sendo o melhor presente do filho e esperava ansioso a sua vinda nas próximas férias para partilhar as novidades com os amigos. De tanto que ouvia Seu João descrever as cartas do filho, cartas essas lidas pela única professora do lugar que até achava já saber tudo sobre aquele lugar. O que mais gostava era a parte que descrevia como era bonita a cidade e pedia para repetir até que algum adulto mandasse calar a boca, afinal pra que menino se intrometendo em conversa de adulto? E aquele menino de nove anos embasbacado, sonhando acordado e desenhando uma cidade maravilhosa na sua cabeça com suas enormes vitrines, as grandes avenidas e muito mais do que poderia delinear no seu sonho. Mas a vida não é um sonho e a selva de pedra cobra caro daqueles que não têm muito para lhe oferecer nessa sociedade consumista. A mãe não agüentou as privações, o frio e a falta de agasalho, coitada já habita outra esfera. Morreu sem muito alarde, dormindo como um passarinho. Não pedia muito da vida, não sonhava, apenas vivia.

E Zezinho? Os sonhos do menino naquelas noites sob a luz das estrelas, numa velha calçada enquanto escutava os adultos foi borrado como a água desfaz uma aquarela. Das dificuldades passadas, que não foram poucas restou apenas um aluguel que divide com a companheira, o ônibus para tomar diariamente e chegar duas horas depois ao canteiro da construção, emprego que apesar de não ser lá essas coisas é o que permite ter a sua dignidade, sua carteira assinada e o seguro desemprego. Não teve filhos, mas ainda resta a alegria de viver, existe algo que durante quatro dias traz o sonho de volta, a magia de não ser mais um anônimo, a sua cuíca canta na avenida, arrepia na sua escola. A companheira se realiza como passista da escola e ele na bateria tem o seu valor.

Coloca a fantasia, pega o seu instrumento e vai para avenida, a glória e a alegria esperadas o ano inteiro. Na quarta-feira de cinzas se encontra de cara lavada, vazio no bolso, mas com um peito cheio de felicidade chamado CARNAVAL
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Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.