Meu coração - João Caetano

sábado, 15 de novembro de 2008

NOITE DE NATAL


Naquela noite abençoada
Onde a estrela mais brilhou
Insanos quiseram matar um rei
Tardiamente, pois 
Estava escrito, que o seu reinado

De todos, seria o mais belo e
Eterno.  Os corações humanos se alegraram, porque

Naquela noite, nascia o menino
A manjedoura foi berço humilde
Todos jamais o esqueceriam.
Até os reis aos seus pés se ajoelharam
Louvando e bendizendo o filho de Deus.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Onde aprendi a sonhar...

Onde aprendi a sonhar...

A casa da minha infância era mágica
Uma casa cheia de sonhos
Casa grande sem senzala
Portas largas e janelas
Cômodos onde nos escondíamos
Pra fugir do castigo que sempre vinha atrás das traquinagens.

Naquela casa, fotos contavam histórias
Cada canto um segredo
No relógio da parede
O tempo se fez presente.

Tinha cheiro de café, sequilhos,
Tapioca com nata e bolo de fubá.
Tinha o calor de gente
E do fogão à lenha
Onde minha avó cozinhava.

Os dias eram curtos, as brincadeiras fantásticas...
As noites, estreladas...
Milhões de olhos na escuridão,
Via o Cruzeiro do Sul
Quase ao alcance da mão.

A luz da lamparina acompanhava a leitura
Os monstros de sombra se multiplicavam
Intervalo pra brincar
Em meio a tarefa escolar.

E lá existiam árvores, muitas árvores,
Pés de manga,
Laranjeiras em flor
Até um lindo riacho
Enchia nas invernadas.
Tempo de mergulho,
Medo e perigo não habitavam o nosso dicionário.
Como as horas na escola custavam a passar!

Na minha casa tinha gente, tinha bichos, brinquedos de lata,
Bruxas de pano, sabugo de milho,
boiada de ossos.
Tinha vida... tinha sonhos
Era uma casa cheia de cantos e... encantos!

Até uma lua intrometida
Bola cheia a espiar
Pelas frestas atravessava
Sua luz a nos olhar.
Nas noites enluaradas, pega-pega,
Tica-cola, a criançada brincava
E a noite era dia na imensa claridade.

Tinha goteira na telha,
cantarolando contente.
Tinha colcha de retalho
Nos aquecendo do frio.

Minha casa escondia um tesouro
Uma arca da fantasia
Cheia de histórias
Somente a minha avó tinha a chave
E à noite quando sua voz se ouvia
A criançada vivia um momento de pura magia.

Nesta casa fui criança, fui princesa, escritora ,
Fiz um circo e fui palhaço, bailarina, trapezista
Em foguetes viajei, muitas nuvens desenhei,
Personagens inventei. Muitos amigos encontrei.

Na casa da minha infância tantos segredos guardei
Hoje quando a visito até parece que vejo
Uma menina arteira a me espiar
Encontro todos os meus personagens
Correndo nos corredores, eles ainda se escondem de mim.

sábado, 18 de outubro de 2008

Com as linhas do meus versos.(Rondel)


Cato meus re(talhos) com linhas dos meus versos
Costuro cicatrizes que em mim existe
Faço poesia que trama e taciturna estanca
A dor que fugazmente nela insiste.



Minha mensagem viaja pueril
Nas entrelinhas meu desejo é triste
Cato meu re(talhos) com linhas dos meus versos
Costuro cicatrizes que em mim existe.


Poeta, regurgito sementes de poesia
Alforrio o desejo e a solidão que em mim persiste
Recolho-me gotejando amores imersos
Em colchas alinhavadas na euforia, enfim...
Cato meus re(talhos) com linhas dos meus versos.

domingo, 12 de outubro de 2008

PARTIU UMA AMIGA


Em que cidade cósmica

estás a contar estrelas?

Quem sabe agora estarás

a partilhar segredos

com anjos e querubins.

Partiste jovem

sem imaginar quão próxima encontrava-se a viagem.

Nem sequer tivestes tempo de dizer adeus.

De maneira súbita

não mais estavas aqui

passageira nuvem

como chuva de verão.

A chorar de saudade

ficaram teus amigos, filhos,

tua família.

Partistes deixando a Educação mais triste.

Da professora ficam lições de sabedoria,

como amiga, seu legado é cheio de flores.

Claudia quem sabes estás alegremente

a dar lições em outra esfera.

Professora do universo!

Esse pensamento ameniza a saudade

que deixaste no planeta Terra.

 

 

Profissão:_PROFESSORA

Professo a minha culpa
por ainda sonhar com a educação
Professo os meus medos
de sucumbir à razão
Confesso os meus desejos
de ver crianças sonhando
com a minha profissão.
Admito os meus erros
de nunca desistir
e sempre prosseguir
mesmo quando a vida diz não.
Inquieto-me com a vida,
com o medo estampado nos olhares,
com a mesmice.
Inquietam-me os estereótipos,
a discriminação
e os preconceitos.
Tenho medo das verdades,
vivo de interrogações,
caminho por estradas que mal conheço.
Anoiteço na indefinição,
Amanheço na esperança.
Meus dias e noites
são teatros onde dançam bailarinos
ao som de Chopin.
Debruço-me sobre a ciência
Mas é a arte que me atrai.
Me abasteço nos livros
Minha alma se alimenta
na poesia.
Faço versos na adversidade
Estou onde o poeta está
e aí me encontro.
Educar é uma arte,
a arte da reinvenção,
reinventar palavras,
sedução ...
Brincar de inventar o inventado
porque o mestre é um poeta,
sem rimas ou métricas,
artesão da alma,
construtor de pontes .
Um fazedor de gente!
Encontro-me na profissão: Mestre!
À luz dos teóricos
busco minhas respostas
mas nenhum me diz tanto
quanto uma criança,
nenhuma aprendizagem é
mais significativa
do que as vividas
na sala de aula.
Bebo na fonte cristalina
e a eles ( meus alunos)
dedico esse dia.
FATIMA MOTA

domingo, 5 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

O que diz o meu espelho...





O meu espelho diz-me francamente
Coisas que não vejo e o coração sente
Pateticamente confesso os meus segredos
E no seu canto, ele ouve-me atentamente.

Quem é essa que para mim se apresenta?
O reflexo é um amigo que não mente
O meu espelho diz-me francamente
Coisas que não vejo e o coração sente.

Aos poucos me revelo, viramos cúmplices,
Confesso, às vezes involuntariamente,
Desobediente ele esquadrinha a minha mente
Deixa-me nua e perplexa, pois meus segredos,
O meu espelho diz-me francamente.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

PAIRA A SOLIDÃO NOS OLHOS DO POETA

Nos olhos do poeta sonhador
Com certeza paira grande solidão
O seu semblante reflete fogo ardente
Chispa do olho a chama da paixão.

O poeta sente e finge tão veemente
Difícil definir esta emoção
Nos olhos do poeta sonhador
Com certeza paira grande paixão

Sentimento incoerente escrito em versos
Ou em reversos paridos da poesia?
Sob a pena as palavras lapidadas
Despertam em serenata a fantasia
Nos olhos do poeta sonhador.

sábado, 27 de setembro de 2008

TRAJETÓRIA


Andei divagando por
ásperos caminhos,
viajei em nuvens
que tornaram-se trovoadas
levitei em pensamentos puros e dormi.
Me encontrei nas palavras que o vento embalava.
Peguei carona em cometas e
atravessei verdes prados em teus braços.
Me encontrei em terrenos descampados,
visitei o espaço enluarado.
Na Terra remei contra marés,
mergulhei em oceanos,
mares nunca dante navegados.
Percorri estradas
terrenas, espaciais, sentimentais.
Minha viagem foi longa!
Cansada entre versos perdidos
divaguei
e no infinito
nos braços brilhantes
de uma estrela descansei.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mulher de lua

Mulher de lua
onde posso achá-la?
Na lua inteira
nascendo bizarra
dormindo no quarto
na cara metade?

Aluada menina
igual a você
de prata eu sou
em fases me faço
mulher fico cheia
crescente me acho
minguante extravaso
habito espaços.

Sou lua mulher
sou lua menina
sou cheia
minguante
sangrando me encontro.

Sou lua mulher
mulher sou da lua.
Sou mesmo aluada
você, enluarada.
Fátima Mota

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Paira a solidão nos olhos do poeta

Nos olhos do poeta sonhador
Com certeza paira grande solidão
O seu semblante reflete fogo ardente
Chispa do olho a chama da paixão.

O poeta sente e finge tão veemente
Difícil definir esta emoção
Nos olhos do poeta sonhador
Com certeza paira grande paixão.

Sentimento incoerente escrito em versos
Ou em reversos paridos da poesia?
Sob a pena as palavras lapidadas
Despertam em serenata a fantasia
Nos olhos do poeta sonhador.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Esperando a primavera (Rondel)

A primavera ainda está tão longe
Mas já vejo por aí algumas flores
Girassóis, crisântemos e orquídeas
Inebriam a natureza com odores.

Ao longe um manto branco cobre o monte
O inverno ainda veste suas cores
A primavera ainda está tão longe
Mas já vejo por aí algumas flores.

Tons rosados, amarelos variados
A paisagem vai mudando lentamente
Passarinhos em seus ninhos se escondem
Eu invoco para que o tempo passe logo, mas
A primavera ainda está tão longe.

Fatima Mota

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Espelho d'água
reflete imagem solitária.
Barco navega preguiçosamente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Achei maravilhoso esse poema, me identifiquei imensamente com ele. Peço licença a autora para publicá-lo comos devidos créditos. Parabéns à educadora que tão bem definiu o EU, PROFESSORA.

Amélia Hamze

Eu, professora

Sou pescadora de sonhos,

os meus pensamentos motivam as esperanças,
os meus diálogos são as minhas crenças.


Falo com os olhos e com a escuta .
E me privilegio com as sensações e aspirações,
que ficam expostas nos olhares de uma criança.


Vem daí a minha motivação.
Quando percorro caminhos nas imaginações da infância.
São tantos os caminhos do saber...


Começo com as vogais, percorro as consoantes,
Construímos histórias de vida, lapidamos diamantes.
Desfilam em minha mente os números,
a música, a alegria e a arte
de me doar , amar e entender.

Nesse momento somos versos entrelaçados
movidos por impulsos,
por razão, por emoção.
Buscamos o caminho e o sentido da educação.

Diante do dever cumprido,
deito e fecho os olhos realizando sonhos.
Com o meu corpo descansado na realidade,
e aí....eu sou só coração, e sou feliz!

Por Amélia Hamze Colunista Brasil Escolaahamze@uol.com.br

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Foto Sandra Muniz

Águas tranqüilas,
sol adormece
logo será dia.

domingo, 3 de agosto de 2008

Meninos... meninas...

Mansos meninos
Mulheres meninas
Moradores miraculosamente marcados
Marginalmente mostrados
Máquinas mortíferas
Mentes massificadas.

Maria... menina, mulher,
Massacrada
Melancólica
Misteriosa
Monossilábica,
Moeda multiplicada
Margarida mirrada
Menina- mãe – mulher
Mocidade mortificada.

Menino ... miúdo, mudo,
Miscigenado
Metralhas movem mãos
macias, minúsculas, mortíferas.
Malta ...
Multívago ... múltiplo
Manipulado... manipulando.
Massacrado ... massacrando.
Manoel , Mário, Maciel ,
Masculinos ... mal-amados.


Morro ... morada... mosaico multicor
Massacres
Morte
Mortalha
Matinais magoados
Meninos ... meninas ... maculados.

Mídia
Manchetes
Mesmice
Malícia
Mórbida matemática.
Medo maiúsculo
Multiplicam-se mortos.

Mudos minutos
Mocidade macabra.

Milagres minúsculos
Momentos monocromáticos.

domingo, 27 de julho de 2008

UM POUCO DE MIM

Sou o que sou
me alimento de cores, sabores
e fatos
bebo na taça da vida
como quem bebe seu último gole.
Me alimento de mim
e das coisas que faço.
A pena é a minha arma
escrevo em versos
e neles você verá a minha alma.
O traço e a cor
dizem muito de mim
às vezes não sou
passo.
Caso e batizo comigo mesma
busco soluções
crio problemas,
meus nós
eu mesma desfaço.
Sou ilha, solitária.
Multidão, mil braços para abraçar.
Sou metade,
sou inteiro,
sou o laço,
o descalabro,
a amizade garantida,
a raiva passageira,
sou ouvidos,
sou passos que atravancam alguns caminhos,
sou pedra, às vezes lapidada.
Passo desapercebida na multidão
mas sempre que precisar
você me acha.

FMott@

Alguns Haikais

Nº 01
Róseos tons celestes
anunciam a chegada
de uma cálida e solitária lua.

Nº 02

Sob o azul do céu
palmeiras verdejantes
descansam em águas cristalinas.

Nº03
Tons florais no jardim
odores se espalham
tudo cheira a alecrim.

Nº 04
Flores me dão bom-dia
um cheiro outonal
entra em mim... enfim... alegria.

Hai kai nº 05
Pirilampos em festa
alumiam a floresta
escuridão se foi.

Hai kai nº 06
Árvores piscam na mata
É natal...
Pirilampos alumiam a floresta.

domingo, 13 de julho de 2008

ASSIM É O NOSSO AMOR

No teu abraço apertado
Dois corpos que se completam
Cheiros, sons, pele.
O que a minha boca sente
Palavras que os olhos dizem
Promessas mudas sugerem
Insanos gestos de amor.
Saciados descansamos
Solenes
Insolentes
Quase dormentes
Enfim... dormimos.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Festa de São João

Hoje a noite é de festa
tem fogueira
tem rojão
tem crianças e casais
na festança de São João.

Casamento na fogueira
tem pipoca, milho assado
foguetão já vai subindo
e o forró tá apertado.

Na quadrilha todos dançam
os casados entram primeiro
mas o beijo da menina
só ganha quem for solteiro.

Maria de Fatima Mota

Noite de São João

Noite de São João
(Maria de Fátima Mota Moraes)
Estrelinha, estrelinha

vou te fazer um pedido
quero um céu bem colorido
nesta noite de São João.

Estrelinha ilumina
minha festa, minha fogueira
quero tê-la a noite inteira
pra aquecer meu coração.

Posso até dançar forró
e rezar pro meu São João
só não posso nesta noite
é querer soltar balão.

Publicada também nesse endereço http://www.mensagensvirtuais.com.br/msgs.php?id=3884

segunda-feira, 9 de junho de 2008

SERÁ AMOR?

Esse sentimento
que me aperta o peito
me pega de jeito
e me faz sorrir
andar na calçada
sonhar acordado
ter cara de bobo
alma de poeta
rimar a alegria
com vida e poesia.
Esse sentimento
arde e incendeia
prendeu-me na teia
do teu coração.
Maluco e fagueiro
um moço traiçoeiro
traz a alegria
tristeza e muita dor
não sei se é paixão
apenas ilusão
está dentro do peito
explode em minhas veias
parece um furacão
acho que isso é amor.

09/06/2008

domingo, 30 de março de 2008

APENAS UM POETRIX

Se quando estás triste
o céu fica nublado
quando estás alegre
o meu céu fica escarlate.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Mais poesias


POR QUEM OS SINOS DOBRAM?

Por uma justiça inoperante
que não protege o cidadão
por uma nação sem governantes
que faz da democracia
uma grande decepção.
Os direitos esquecidos
a justiça se faz cega
o ser humano empobrece
e o sino anuncia
ao som da ave-maria
que morreu um cidadão
com os direitos violados
não teve a compaixão
na fila do hospital
pois apanhou de um ladrão
que foi pego roubando
pra sua filha o pão.
E a justiça o que fez?
e a política uma vez
falou em cidadania
pregou a democracia
esqueceu sua lição
escreveu a matemática
esquecendo o povão.
Alguém gritou:
A justiça
morreu de morte matada
a danada já foi tarde
o grito das minorias
enterraram com a esperança.

DESENHANDO

Um risco no papel
Uma nuvem no céu
Uma árvore na floresta
Uma pipa voa ao léu.

Desenhando o arco-íris
Pondo as cores onde quero
Invento meus personagens
Nada pra mim é mistério.

O macaquinho saltita
O João-de-barro trabalha
Passarinho faz seu ninho
Papagaio também fala.

As nuvens que viram mar
Tem um peixinho a nadar
Flores perfumam o ar
As árvores a balançar.

Coelhos, onças, pardais
Cotovias a cantar
Uma raposa se esconde
Para a galinha pegar.

Coloridos pelo giz
Onça, tigre, elefante
Que no papel ganha vida
Com sua tromba gigante.

Olha a encrenca do elefante
Resolve se refrescar
Faz chuveirinho com a tromba
E começa a espirrar.

O esguicho do elefante
É um espirro gigante
Que o papel vai molhar
E a minha bicharada
Logo vai apagar.

18/01/2008
FATIMA MOTA


DIVAGANDO

Quando o desejo de abraçar-te
estiver saciado
A isso chamarei de UTOPIA.

Quando deitar-me em teu regaço
e adormecer no teu braço
tornar-se realidade
A isso chamarei de SONHO.

Quando a tua imagem
tornar-se vívida
e confundir-se com o meu abraço
A isso chamarei de MAGIA.

Se a saudade me faz companheira
e meus olhos choram uma lágrima de despedida
A isso eu chamei REALIDADE.

FMott@- 2001

quarta-feira, 26 de março de 2008

TROCA

Se alguém quiser trocar
o som de uma buzina
pelo canto do PASSARINHO
que sempre me diz:
- bem-QUE- te - vi..
- bem-QUE - te-vi.

O cheiro da gasolina
pelo cheiro da neblina
em dias de chuva fina.

A janela de um apartamento
por uma rede na varanda
que canta os acalantos
para espantar as insônias.

O CD com música lenta
pelo sussurrar do vento
que assobia no telhado
formando uma orquestra
com as plantas e os galhos.

Mande um bilhetinho
numa folha de outono
que eu irei trocar correndo
mesmo que seja
do outro lado do mundo
onde mora o pensamento.
FATIMA MOTA
Publicado no Recanto das Letras em 26/02/2008
Código do texto: T876032

domingo, 23 de março de 2008

Voltar... para quê?

Não... não me venha dizer que este pranto
foi em vão
não... não me venha dizer que esta dor
foi vã.
Em quantos pedaços me partistes?
Em quantas veredas me perdestes?
Não... não me venha dizer que voltaste
pois não quero acreditar no impossível.
E... prefiro pensar que foi finito
agora que os fantasmas não mais me atormentam
deixa-os descansar eternamente.
Fátima Mota

quinta-feira, 6 de março de 2008

AS MARIAS....


AS MARIAS ....

Sou Maria como tantas
Cheia de encanto e pranto
De alegrias e tristezas
Mas sigo fazendo o meu canto.

Maria... Marias...

Das Dores, extraio a minha força
Da Graça, sou beleza e faço festa
Da Conceição, acima de tudo mãe lambendo a cria
Do Socorro, um SOS na luta diária
Do Rosário, uma mulher em forma de oração
Clara, iluminando corações
Das Vitórias, uma conquista a cada dia
José, esposa, mãe, o complemento
Das Chagas, o pranto dorido me consola.

De Fátima, aquela que cria e acredita no potencial de todas as Marias.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Escolhi como tema a alegria ( Discurso proferido a iauguração do Laércio Fenandes)

Excelentíssimo Prefeito da cidade do Natal Sr. Carlos Eduardo Alves, Digníssima Secretaria de Educação Profª Justina Iva, Caríssima colega diretora Sene Xavier em nome de quem saúdo aos demais membros da mesa. Srs. pais, professores, funcionários e queridos alunos.

Boa tarde

Começo citando Pe. Antonio Vieira: “Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras”. Obras como esta que hoje nos acolhe: Escola Laércio Fernandes Monteiro. E não estou falando somente da belíssima estrutura física, mas da ação de todos que nela trabalham e com muita garra elevou o nome da instituição, contribuindo para tornar este sonho possível. E é com o coração transbordando de alegria que vos falo e falo para o coração de cada um de vocês, porque um verdadeiro educador não joga palavras ao vento, mas as sopra ao coração dos seus educandos, através do exemplo e das suas ações, através da alegria e do prazer em saber que está a cada dia contribuindo para o engrandecimento e a formação de verdadeiros cidadãos.

Para este dia tão especial escolhi uma palavra que reflete o sentimento de cada um que está aqui vivenciando esse momento. Nenhuma outra tão propícia quanto a alegria. Alegria de estarmos juntos; alegria de receber esse prédio tão lindo o qual oportunizará um trabalho que, devido à inadequação das instalações onde nos encontrávamos, ficava prejudicado, mas que agora poderá se tornar excelente, com certeza será excelente; alegria de ver estampada no rosto das crianças a esperança e o desejo de estudar numa escola de qualidade; alegria de ser um educador e de entender que a tristeza não poderá fazer parte da educação das crianças porque elas precisam do riso, da cor, do sonho. Precisam vivenciar esse sentimento em casa, na sociedade e na escola. Não deixemos, pois a tristeza invadir a alma desses meninos e meninas e, ainda alegria de ser professor, porque a alegria impreterivelmente tem que fazer parte da vida do verdadeiro mestre, apesar das adversidades o professor precisa ser alegre. Lanço mão então das palavras de Artur da Távola que com muita propriedade citou: “ De que adiantará um discurso sobre a alegria se o professor for um triste?” . Triste pela desvalorização, pela incompreensão, pela carga de trabalho muitas vezes árdua? São tantos motivos para sermos tristes, mas por outro lado existem tantos motivos para a alegria. Somos pilares do saber, temos nas mãos nossos sonhos e muitas vezes dos nossos alunos, pois somos pais, psicólogos, juízes, amigos. Quem não se sentiu gratificado com um beijo de um aluno, com uma flor recebida na entrada da sala, com aquele TIA EU TE AMO? Somos pra eles muito além do que a nossa imaginação nos permite pensar. Somos professores no mais puro sentido da palavra. Temos um ideal e acreditamos no nosso potencial. Estávamos numa péssima estrutura física, hoje estamos nessa escola imensa, linda, digna não de primeiro mundo, mas digna do nosso trabalho e da nossa comunidade escolar. Vislumbramos mil possibilidades e oportunidades, a concretude do meu sonho, do seu, do nosso sonho. Agora mais do que nunca precisamos pensar em resultados positivos, é preciso vontade, compromisso, responsabilidade e competência. Temos tudo isso, quantos não têm menos que nós? William Shakespeare muito sabiamente escreveu: Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos. Alegremos-nos então pelo que somos e pelo que podemos realizar. A escola precisa da alegria de vocês professores, funcionários, diretores, pais e alunos. A aprendizagem precisa disso. Uma escola de qualidade é aquela que apesar das adversidades a sua equipe desenvolve a capacidade de rir, de inventar, de buscar estratégias para driblar a tristeza e que, acima de tudo não permite que suas crianças se tornem apáticas e desacreditadas na sua capacidade de ser. É preciso cultivar a arte de rir, a ação escolar para ser válida não precisa ser sisuda, rígida, morta. É necessário brincar com as idéias, com a fantasia e com a imaginação. Esses elementos fazem não somente a alegria acontecer, mas a aprendizagem também.

Por fim quero agradecer a todos aqueles que acreditaram no meu trabalho, às pessoas da SME (Secretaria Municipal de Educação) que me indicaram para o cargo em 2003 quando a escola foi criada, à comunidade escolar que me apoiou nas decisões e nas ações durante cinco anos, ao prefeito e à secretária de educação por tornarem esse sonho possível. O resultado do nosso trabalho está aí, nas paredes, na presença de vocês, nos gestos, nas atitudes. Não houve alarde, mas é concreto, como foi possível conferir agora na IX JENAT. Agradeço em especial à minha companheira de trabalho e amiga pessoal Sene Mesquita que aqui está para dar continuidade ao trabalho, e agora com melhores condições, mais oportunidades e muita competência. Desejo muito sucesso mesmo não fazendo mais parte desse convívio, pelo menos não fisicamente, pois o Laércio sempre estará no meu coração. E por fim citar um dos poetas que mais admiro e que reflete um momento muito particular da minha vida, Fernando Pessoa :

“Há um tempo em que é preciso

abandonar as roupas usadas

que já têm a forma do nosso corpo

e esquecer os nossos caminhos

que nos levam sempre aos mesmos lugares

É o tempo da travessia

E se não ousamos fazê-la

teremos ficado para sempre

à margem de nós mesmos.

Obrigada e um beijo no coração de cada um

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

MÁSCARA NEGRA

M ais um carnaval sem você, lembrando
A quele carnaval que um pierrô se apaixonou poar uma linda mascarada
S ua máscara ainda encontra-se guardada no meu
C oração e no armário, máscara negra com paetês brilhantes
A mesma deixada no chão do salão , olhando-me ,
R indo de mim, dessa saudade insistente
A quele sorriso que ficou congelado em minha mente

N o momento em que atrás da máscara, seus olhos
E spreitaram-me deixando-me zonzo
G otas de suor escorreram da minha testa
R edenção e amor por ti deixei naquele carnaval
A té agora não encontrei outra colombina que merecesse esta máscara .

domingo, 3 de fevereiro de 2008

QUANDO O CARNAVAL CHEGAR



Quando o carnaval chegar
eu vou driblar a tristeza
eu vou viver incertezas
eu vou pular de alegria
posso virar a mesa
dançar, cantar ou chorar
mas vou viver a folia
quando o carnaval chegar.

UM SONHO CHAMADO CARNAVAL


Era sozinho no mundo, pelo menos nesse mundo de Deus chamado São Paulo. Não tinha parentes, não tinha ninguém a quem pudesse estar ligado pelos laços de sangue. Sua família ficara no interior do Nordeste juntamente com seu pai, esse certamente só o pó. Seu pai morrera quando ainda era um menino, quase não lembrava e não tinha uma fotografia que pudesse olhar e buscar algum traço físico que o ligasse a Seu João (era esse o nome do pai) que morrera quando ainda era um menino e que o tempo havia se encarregado de apagá-lo da sua lembrança. Não apagar o carinho, pois mesmo sendo uma pessoa sem estudo, o velho tinha muito cuidado com o único filho e com a mulher. Dizia: _ esse menino ainda vai ser alguém na vida! E o levava aonde ia tratando de apresentá-lo como se fosse a pessoa mais importante do mundo. E era, pelo menos pra ele. Mas seu pai morrera, mal completara 9 anos, José Antonio quase não acreditou com chegou a notícia. Maldita cobra venenosa, maldito lugar sem médico e sem recursos para curá-lo. Cresceu sem o apoio daquele que mais amava. Sua mãe durou um pouco mais. Mulher simples, sem estudo e que sempre trabalhou nas casas de família lavando roupa para sustentar a ambos. Lembrava que pelos idos de 60 tinham tomado o rumo da capital, não a capital do estado, mas a cidade grande, o sonho do nordestino , dele, da mãe e de tantos outros melhorar de vida. Não era nenhum retirante, mas tinha conhecido o pau-de-arara. Foram dias e noites a viajar na carroceria do caminhão aos solavancos, pois muitos trechos da estrada ainda não tinham asfalto. Comendo broa, carne seca e dormindo em pousadas apertadas e sob a lona já gasta iluminado pelas frechas que filtravam a luz do luar. Os adultos, alguns solteiros outros acompanhados dos seus rebentos rumo a uma nova vida na grande cidade de São Paulo. Da cidade grande Zezinho, apelido carinhoso dado pelo pai, não conhecida nada. Só de ouvir falar. Ouvia as histórias contadas por seu João cujo filho já morava lá há mais de dez anos. Ouvia e se encantava com os letreiros grandes, com a gente bonita, com as avenidas, os carros, o bom emprego, o dinheiro e as roupas que mandava . Até uma vitrola com aqueles discos enormes que ele exibia com sendo o melhor presente do filho e esperava ansioso a sua vinda nas próximas férias para partilhar as novidades com os amigos. De tanto que ouvia Seu João descrever as cartas do filho, cartas essas lidas pela única professora do lugar que até achava já saber tudo sobre aquele lugar. O que mais gostava era a parte que descrevia como era bonita a cidade e pedia para repetir até que algum adulto mandasse calar a boca, afinal pra que menino se intrometendo em conversa de adulto? E aquele menino de nove anos embasbacado, sonhando acordado e desenhando uma cidade maravilhosa na sua cabeça com suas enormes vitrines, as grandes avenidas e muito mais do que poderia delinear no seu sonho. Mas a vida não é um sonho e a selva de pedra cobra caro daqueles que não têm muito para lhe oferecer nessa sociedade consumista. A mãe não agüentou as privações, o frio e a falta de agasalho, coitada já habita outra esfera. Morreu sem muito alarde, dormindo como um passarinho. Não pedia muito da vida, não sonhava, apenas vivia.

E Zezinho? Os sonhos do menino naquelas noites sob a luz das estrelas, numa velha calçada enquanto escutava os adultos foi borrado como a água desfaz uma aquarela. Das dificuldades passadas, que não foram poucas restou apenas um aluguel que divide com a companheira, o ônibus para tomar diariamente e chegar duas horas depois ao canteiro da construção, emprego que apesar de não ser lá essas coisas é o que permite ter a sua dignidade, sua carteira assinada e o seguro desemprego. Não teve filhos, mas ainda resta a alegria de viver, existe algo que durante quatro dias traz o sonho de volta, a magia de não ser mais um anônimo, a sua cuíca canta na avenida, arrepia na sua escola. A companheira se realiza como passista da escola e ele na bateria tem o seu valor.

Coloca a fantasia, pega o seu instrumento e vai para avenida, a glória e a alegria esperadas o ano inteiro. Na quarta-feira de cinzas se encontra de cara lavada, vazio no bolso, mas com um peito cheio de felicidade chamado CARNAVAL

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Artes e artefatos

Oi pessoal


Finalmente FÉRIAS.............. QUE DELÍCIA! Mas por incrível que pareça ainda estou um pouco semtempo, pois estou organizando aquilo que durante muito tempo não consegui colocar em ordem, a começar pela casa. Ah! e voltei a pintar. Quadros, tapetes, panos de copa, embalagens para presente, agendas, etc. Enfim estou curtindo muito o trabalho que arranjei nas féria. Há tempo pra tudo, praia, cinema e o que é melhor: acordar e deixar o tempo passar sem nenhuma pressa, nenhum compromisso urgente a não ser com você mesma.


Confira algumas das pinturas em pano de copa e tapetes.






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Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.