Meu coração - João Caetano

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Onde aprendi a sonhar...

Onde aprendi a sonhar...

A casa da minha infância era mágica
Uma casa cheia de sonhos
Casa grande sem senzala
Portas largas e janelas
Cômodos onde nos escondíamos
Pra fugir do castigo que sempre vinha atrás das traquinagens.

Naquela casa, fotos contavam histórias
Cada canto um segredo
No relógio da parede
O tempo se fez presente.

Tinha cheiro de café, sequilhos,
Tapioca com nata e bolo de fubá.
Tinha o calor de gente
E do fogão à lenha
Onde minha avó cozinhava.

Os dias eram curtos, as brincadeiras fantásticas...
As noites, estreladas...
Milhões de olhos na escuridão,
Via o Cruzeiro do Sul
Quase ao alcance da mão.

A luz da lamparina acompanhava a leitura
Os monstros de sombra se multiplicavam
Intervalo pra brincar
Em meio a tarefa escolar.

E lá existiam árvores, muitas árvores,
Pés de manga,
Laranjeiras em flor
Até um lindo riacho
Enchia nas invernadas.
Tempo de mergulho,
Medo e perigo não habitavam o nosso dicionário.
Como as horas na escola custavam a passar!

Na minha casa tinha gente, tinha bichos, brinquedos de lata,
Bruxas de pano, sabugo de milho,
boiada de ossos.
Tinha vida... tinha sonhos
Era uma casa cheia de cantos e... encantos!

Até uma lua intrometida
Bola cheia a espiar
Pelas frestas atravessava
Sua luz a nos olhar.
Nas noites enluaradas, pega-pega,
Tica-cola, a criançada brincava
E a noite era dia na imensa claridade.

Tinha goteira na telha,
cantarolando contente.
Tinha colcha de retalho
Nos aquecendo do frio.

Minha casa escondia um tesouro
Uma arca da fantasia
Cheia de histórias
Somente a minha avó tinha a chave
E à noite quando sua voz se ouvia
A criançada vivia um momento de pura magia.

Nesta casa fui criança, fui princesa, escritora ,
Fiz um circo e fui palhaço, bailarina, trapezista
Em foguetes viajei, muitas nuvens desenhei,
Personagens inventei. Muitos amigos encontrei.

Na casa da minha infância tantos segredos guardei
Hoje quando a visito até parece que vejo
Uma menina arteira a me espiar
Encontro todos os meus personagens
Correndo nos corredores, eles ainda se escondem de mim.

sábado, 18 de outubro de 2008

Com as linhas do meus versos.(Rondel)


Cato meus re(talhos) com linhas dos meus versos
Costuro cicatrizes que em mim existe
Faço poesia que trama e taciturna estanca
A dor que fugazmente nela insiste.



Minha mensagem viaja pueril
Nas entrelinhas meu desejo é triste
Cato meu re(talhos) com linhas dos meus versos
Costuro cicatrizes que em mim existe.


Poeta, regurgito sementes de poesia
Alforrio o desejo e a solidão que em mim persiste
Recolho-me gotejando amores imersos
Em colchas alinhavadas na euforia, enfim...
Cato meus re(talhos) com linhas dos meus versos.

domingo, 12 de outubro de 2008

PARTIU UMA AMIGA


Em que cidade cósmica

estás a contar estrelas?

Quem sabe agora estarás

a partilhar segredos

com anjos e querubins.

Partiste jovem

sem imaginar quão próxima encontrava-se a viagem.

Nem sequer tivestes tempo de dizer adeus.

De maneira súbita

não mais estavas aqui

passageira nuvem

como chuva de verão.

A chorar de saudade

ficaram teus amigos, filhos,

tua família.

Partistes deixando a Educação mais triste.

Da professora ficam lições de sabedoria,

como amiga, seu legado é cheio de flores.

Claudia quem sabes estás alegremente

a dar lições em outra esfera.

Professora do universo!

Esse pensamento ameniza a saudade

que deixaste no planeta Terra.

 

 

Profissão:_PROFESSORA

Professo a minha culpa
por ainda sonhar com a educação
Professo os meus medos
de sucumbir à razão
Confesso os meus desejos
de ver crianças sonhando
com a minha profissão.
Admito os meus erros
de nunca desistir
e sempre prosseguir
mesmo quando a vida diz não.
Inquieto-me com a vida,
com o medo estampado nos olhares,
com a mesmice.
Inquietam-me os estereótipos,
a discriminação
e os preconceitos.
Tenho medo das verdades,
vivo de interrogações,
caminho por estradas que mal conheço.
Anoiteço na indefinição,
Amanheço na esperança.
Meus dias e noites
são teatros onde dançam bailarinos
ao som de Chopin.
Debruço-me sobre a ciência
Mas é a arte que me atrai.
Me abasteço nos livros
Minha alma se alimenta
na poesia.
Faço versos na adversidade
Estou onde o poeta está
e aí me encontro.
Educar é uma arte,
a arte da reinvenção,
reinventar palavras,
sedução ...
Brincar de inventar o inventado
porque o mestre é um poeta,
sem rimas ou métricas,
artesão da alma,
construtor de pontes .
Um fazedor de gente!
Encontro-me na profissão: Mestre!
À luz dos teóricos
busco minhas respostas
mas nenhum me diz tanto
quanto uma criança,
nenhuma aprendizagem é
mais significativa
do que as vividas
na sala de aula.
Bebo na fonte cristalina
e a eles ( meus alunos)
dedico esse dia.
FATIMA MOTA

domingo, 5 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

O que diz o meu espelho...





O meu espelho diz-me francamente
Coisas que não vejo e o coração sente
Pateticamente confesso os meus segredos
E no seu canto, ele ouve-me atentamente.

Quem é essa que para mim se apresenta?
O reflexo é um amigo que não mente
O meu espelho diz-me francamente
Coisas que não vejo e o coração sente.

Aos poucos me revelo, viramos cúmplices,
Confesso, às vezes involuntariamente,
Desobediente ele esquadrinha a minha mente
Deixa-me nua e perplexa, pois meus segredos,
O meu espelho diz-me francamente.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

PAIRA A SOLIDÃO NOS OLHOS DO POETA

Nos olhos do poeta sonhador
Com certeza paira grande solidão
O seu semblante reflete fogo ardente
Chispa do olho a chama da paixão.

O poeta sente e finge tão veemente
Difícil definir esta emoção
Nos olhos do poeta sonhador
Com certeza paira grande paixão

Sentimento incoerente escrito em versos
Ou em reversos paridos da poesia?
Sob a pena as palavras lapidadas
Despertam em serenata a fantasia
Nos olhos do poeta sonhador.
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Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.