Meu coração - João Caetano

domingo, 12 de setembro de 2010

Seara

Em meados do outono
Não há colheita de flores
E os sonhos saíram a passear.

A esperança afronta os fios brancos nas têmporas
- e tece de poesia sua verdadeira roupagem.

Logo será verão e a messe farta
Pois que de palavras e alegria
A mesa estará florida de_lírios.

Fátima Mota

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Meus papéis... de seda.

Entre quimeras e cores
Recortei papéis
De seda pura
Em tons de vermelho e azul.


Outrora usava tesoura e cola
Fina linha e hastes
Subia ao céu
Imaginação ao léu
Bailando cores
Sem destino.


De seda os meus papéis
Perambularam pelo mundo
Coração vagabundo
Refugiou-se entre céu e mar.


Fátima Mota

domingo, 18 de abril de 2010

Espera

Olhei o relógio tantas vezes
Contei as horas a cada segundo
Desejei o por do sol antes do meio-dia
Tentei apressar o tempo
Que, de pirraça se arrastava lento.

Despi-me da pureza e vesti flores
Pus uma gota de absinto no pé da orelha
Untei a pele com óleos sagrados
Só pra sentir o teu beijo abusado
E ouvir palavras de encantamento.

Espichei meu olho além do umbral da porta
Pulsei meu coração pela veia aorta
Desnudei os medos e deixei-me seduzir
Pelo advento da tua chegada.

A noite antecipava madrugada
Uma estrela atravessava o céu
Só para que eu fizesse um pedido
Cadente.

Forjadas todas as palavras
A boca morta pintada de carmim
Do último vinho o amargo hausto
Degustei a própria insensatez
De pensar, talvez!

Castiguei o desejo e matei a espera
Abjurei a minha ignorância
E brindei ao desencontro.
Expiação!

Aqui estou
Até que o sono escorra dos meus olhos
E o novo dia traduza a palavra
Volta!

sábado, 6 de fevereiro de 2010




Meu re_canto

Na minha aldeia está
o meu coração fincado
em raízes tantas
que
lembrar
até parece pecado
tão grande a felicidade
então o meu peito vira carnaval
sem cinzas na quarta-feira.

Fátima Mota

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Bom dia



Traga-me um café bem quente

Forte, coado

Com cor

Taga-me

Sem favor

Com todos os acompanhamentos.



E de bandeja

Traga-me

Um beijo_poema

Que degustarei

Nesta manhã_fantasia.


Hei de misturar

os cheiros

de ti

café

e maresia.



Fátima Mota

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

COISAS DA VIDA

Desejei-te nos mais diversos sabores
de_leite para esta boca in_saciável.
Corri para os leitos de rio_mar
caudalosos
à deriva fiquei.
Deitei-me em alvos lençóis
manchados de carmim e vinho.
Os drinks em cores
não trouxeram sabor de alegria
e não fizeram caminho
nas entre_linhas
sabor e_feito de drops anis.
Teus beijos nacarados
visitaram-me a boca
promessas concretas
de absurdos loucos.
Na garganta assentou-se
um jeito obtuso
de fazer guarida
grude com amargo sabor de despedida.
Tantas vezes re_vi as histórias mal contadas
sem pele de camaleão
tecidas em salas de degust_ação.
Te busquei na fantasia
enquanto pelas mãos escorriam
as bolhas de sabão
dissipando a ilusão de achar-te.
Em tantos lugares te procurei
até descobrir-te pendurada nas estrelas
desenhada nas in_quietas flores
sob um sol atrevido.
Estavas no afeto concreto
e no poema do teu olhar inquiridor.
Em devaneio, não olhei para o lado
onde sempre me fazias companhia
calada .

FATIMA MOTA
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Clarice Lispector

Mas há a vida

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.